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quarta-feira, 18 de abril de 2012

A ética do aborto

Por envolver noções de vida e morte, encerrar uma gestação não pode ser nos termos de certo ou errado, sugerem os filósofos. A possibilidade da decisão do STF no caso de fetos anencéfalos, mais uma vez adiada, reacende a discussão no Brasil

Alcino Eduardo Bonella
Normalmente, quem condena o aborto também condena qualquer lei que permita sua prática segura; e quem defende a descriminalização não vê nenhum problema ético no aborto. Uns olham somente para o feto, outros apenas para a mulher. É possível, porém, considerarmos o aborto uma coisa ruim e ao mesmo tempo não concordar que ele seja um crime punível com prisão. Podemos ser contra o aborto, mas a favor do direito da mulher ao aborto.

Em geral, contra o aborto, alega-se que: é errado matar um ser humano inocente (premissa maior, normativa); um feto humano é um ser humano inocente (premissa menor, factual); portanto, é errado matar um feto humano (conclusão). Em favor do direito ao aborto, em geral, argumenta-se contra a segunda premissa acima: um feto humano não seria, desde o início da gestação, um ser humano desenvolvido, pois ele se forma gradualmente.
Tirar a vida de uma pessoa é um dos maiores danos que se pode causar a ela: primeiro, se a morte subtrai um futuro valioso, cheio de benefícios que seriam vividos pela vítima; segundo, se a pessoa não quer ser morta; terceiro, se a morte também causa danos à família e à sociedade da vítima; quarto, se o interesse da vítima em continuar vivendo for protegido como um direito quase absoluto.

Tema debatido recentemente no STF e aprovado o aborto. Leia a integra em: http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/edicoes/65/artigo243394-1.asp?o=r

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